quarta-feira, 29 de abril de 2009

Quando então?


Créditos: Da série "Experiências Fotográficas" ... Tree-Clock-Sky [versão cinza] By Lukein

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Alguém aí já deixou pra amanhã aquela vontade louca de fazer xixi? Ou, quem sabe, fez jejum por opção, deixando um bife suculento no prato hoje por uma promessa de uma refeição mais “gorda” no amanhã?? Melhor ainda: já conseguiu ficar com a boca seca, rachando, e colocar o copo d´água de lado até o amanhã chegar??? Se vocês me disserem que fizeram dessas aí de cima, vou começar a achar que precisam urgentemente do telefone da minha terapeuta… Sei que, de perto, ninguém é normal, mas sei também que há um tanto de normalidade que faz parte da vida de todo mundo. Se não dá pra deixar pra depois comer, beber, fazer as devidas necessidades fisiológicas funcionarem a contento, que alguém me explique por quê é que algumas pessoas acham que dá pra deixar pra amanhã aquele abraço, aquele beijo, aquele carinho, aquela palavra??????????????? Emoção também tem hora certa pra ter vazão, acreditem. Se é no agora que eu sinto saudade, é no agora que vou querer dar aquele telefonema, mandar aquele email, ver aquela pessoa especial…Da mesma forma, se é hoje que eu preciso de alguma atenção, é hoje que preciso de um sinal positivo do lado de lá. Não é amanhã. Não é durante a semana que vem. Não é “depois”. Não é no tempo que sobrou, no tempo que não foi preenchido, no tempo que parece “menos”. Eu quero o tempo que tem valor, aquele tempo que a gente reserva só e unicamente pra estar com alguém na hora em que tem vontade — ou na hora em que esse alguém verbaliza alguma fragilidade, alguma alegria, alguma necessidade qualquer de compartilhar. Essa coisa do depois do shopping, depois do cinema, depois do trabalho, enfim, depois dos outros, sejam eles pessoas ou compromissos, não é legal. Não prioriza. Não gera empatia (lembram desse conceito?). E isso não é birra minha, não. Não é querer ser o centro do mundo, não. É porque eu penso que os relacionamentos (homemXmulher, paisXfilhos, amigosXamigos, etc) fluem melhor quando a tal lei da Ação e Reação funciona de maneira equilibrada. Claro que ninguém aqui vai dar amor esperando receber de volta do mesmo jeito, na mesma intensidade, na hora em que bate o pé. Até porque cada um é cada um e cada um tem sua maneira particular de expressar sentimentos. Mas, peraí, Madre Tereza de Calcutá, doadora universal, só tem uma e, na real, nem é disso que eu tou falando… Tou falando da atenção que todos deveríamos prestar àquelas necessidades verbalizadas. Se alguém chega junto e pede um tempinho do seu dia, doe os cinco minutos na hora. Faça das tripas coração pra estar presente, fisicamente ou não, no momento em que o pedido chega aos seus ouvidos. Não deixe pra depois, não…Sabe por quê? Porque esse tempo futuro aí não existe. Nele, a gente, de um jeito ou de outro, acaba se resolvendo sozinho…O que não é ruim por si só, porque, já dizia o ditado, o que não nos mata, nos fortalece, mas vai construindo um caminho ao contrário. Em vez de uma ponte para o sempre, vira uma ponte para o talvez, depois, quem sabe, algum dia…

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Beijos no coração!
Namastê!

♫♫♫♫ Nesse instante escutando – Lara Fabian – Otro amor vendra ♫♫♫♫

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